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Unimed-BH On-line n°582

Vamos falar de etarismo

Datis Magalhães é médico Pediatra e fala sobre comentários negativos que costuma ouvir de outras pessoas em razão de sua idade.

O preconceito etário tem um impacto tão forte que ganhou até nome: etarismo ou ageísmo. Assim como o racismo, o etarismo envolve estereótipos negativos, tratamento injusto e exclusão com base na idade. Isso pode se manifestar de várias maneiras na sociedade, desde a dificuldade de pessoas mais velhas em encontrar emprego até a subestimação da capacidade de quem tem mais idade pelos mais jovens.

O Brasil está envelhecendo e mais rápido do que se imagina. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com mais de 60 anos no país deverá crescer muito mais rápido do que a média internacional. Enquanto a quantidade de idosos vai duplicar no mundo até o ano de 2050, ela quase triplicará no Brasil, sendo que a nossa população idosa poderá se tornar a sexta maior do mundo.

No entanto, o etarismo não é um problema somente no Brasil. Uma pesquisa, também da OMS, apontou que um em cada seis idosos no mundo já sofreu algum tipo de violência em algum momento de sua vida. À medida que uma pessoa envelhece, uma forte pressão social se estabelece tentando controlar a forma como essas pessoas se comportam.

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Existe também um grande descrédito sobre as ações de uma pessoa idosa, como se ela fosse incapaz de tomar suas próprias decisões. A discriminação existente no mundo contemporâneo é uma situação inaceitável e contrária à dignidade humana, porque exclui a maioria dos idosos da vida ativa da sociedade.

Outro aspecto importante do etarismo é que ele pode ser internalizado pelas próprias pessoas, levando a uma percepção negativa de si mesmas com base na idade. Por exemplo, alguém mais velho pode começar a se sentir menos valioso ou competente devido às atitudes negativas em relação à velhice na sociedade.

 

Conheça a história do Datis Magalhães

Datis Magalhães, 79 anos, médico Pediatra formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e cooperado da Unimed-BH desde a década de 70, fala sobre alguns apontamentos que ouve em relação ao fato de ainda estar trabalhando. São comentários do tipo "Você não vai se aposentar, não?", "Você está desatualizado para o exercício da Medicina", "Você está cansado, lento, para continuar trabalhando", “É hora de parar de trabalhar e descansar”.

etarismo-dr-datis-02“Existem pessoas que gostam de nos 'puxar para baixo' com críticas e comentários ruins. Outros tentam disfarçar e usam de subterfúgios para nos evitar. Eu, particularmente, lido bem com isso, mas entendo que a ética e o respeito devem prevalecer sempre”, diz o médico.

Ele também reforça a importância do ambiente profissional diverso e do convívio com os colegas mais jovens.

“As condições de trabalho e os pacientes mudaram, assim como a relação médico-paciente. Médico experiente tem suas virtudes, assim como o médico mais novo. Por isso, a troca de informações entre os profissionais deve prevalecer. A gente aprende muito com a experiência e o conhecimento dos outros. Idade não deveria ser motivo de discriminação, mas, infelizmente, existe. Não somos inúteis e é preciso ter respeito com todas as pessoas".

É fundamental reconhecer e desafiar os estereótipos prejudiciais relacionados à idade, promover a inclusão de pessoas de todas as idades em todos os aspectos da vida e valorizar a diversidade de experiências e perspectivas que pessoas de diferentes idades podem oferecer.

 

Clique no vídeo abaixo e assista ao depoimento do médico cooperado, Datis Magalhães.

 

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No Brasil existem leis e políticas públicas que apoiam a população idosa e asseguram seus direitos, como a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso.

 

 

"O respeito nos une"

Em maio deste ano, a Unimed-BH, com o apoio do Conselho Regional de Minas Gerais (CRM-MG), da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), da Unimed Federação Minas e da Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom), lançou um movimento pela valorização da diversidade e o combate ao assédio em um evento destinado a todos os médicos do Estado.

Os médicos que participaram da campanha, aos quais rendemos nossa gratidão, representam tantas outras pessoas que são alvo de atitudes discriminatórias, algumas vezes por meio de perguntas ou comentários inapropriados, que apenas dão luz a questões culturais ainda muito enraizadas na nossa sociedade. Portanto, a campanha é sobre o Respeito a todas as pessoas, em qualquer situação. Toda a campanha teve como base o que está previsto no Código de Ética Médica (Art.23) e na Declaração dos Direitos Humanos.

Para conhecer toda a campanha acesse https://comunicacao.unimedbh.com.br/diversidade

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