Febre Oropouche - Cenário atual

A Febre Oropouche (F.O.) é uma doença causada pelo vírus Oropouche (OROV) e transmitida por artrópodes. Até junho de 2024, foram identificados 72 casos em Minas Gerais pelo Laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed). 

O quadro clínico da F.O. é semelhante ao da dengue, podendo apresentar sintomas como febre alta de início súbito, cefaleia com fotofobia, mialgia, artralgia e, em alguns casos, exantemas.  Em alguns pacientes, os sintomas podem ser mais graves e incluir vômitos e hemorragias, manifestando-se com petéquias, epistaxe e sangramento gengival. Os sintomas duram cerca de 2 a 7 dias, e a maioria das pessoas apresenta uma evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves. Em situações excepcionais, o OROV pode provocar meningite ou encefalite. Nesses casos, os pacientes apresentam sintomas e sinais neurológicos, como vertigem, letargia, nistagmo e rigidez na nuca. 

Durante a primeira semana da doença, o principal diagnóstico diferencial é a infecção por dengue. Na segunda semana da doença, o diagnóstico clínico diferencial deve considerar a possibilidade de meningite e encefalite.

Uma característica importante da F.O. é que pode ocorrer recidiva dos sintomas da doença de uma a duas semanas após o início da manifestação da febre. Não há terapias específicas para o manejo clínico da F.O. e o tratamento tem por objetivo o alívio dos sintomas.

Em junho e julho de 2024, a Seção de Arboviroses e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas (SEARB/IEC/SVSA/MS) realizou estudos em que evidenciaram a transmissão vertical do vírus Oropouche (OROV).

Diante disso, medidas de proteção devem ser recomendadas, em especial para gestantes: 

:: evitar áreas com muitos insetos e, se possível, usar telas de malha fina em portas e janelas; 
:: usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas pela pele; 
:: manter a casa limpa, incluindo a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais e o recolhimento de folhas e frutos que caem no solo.

Compartilhe com seus contatos essas informações sobre o diagnóstico diferencial da dengue e os cuidados que as gestantes precisam ter.