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Veja aqui como foi o Fórum de Ideias que discutiu os desafios no cuidado médico no contexto atual

Written by Editor Boletim dos Cooperados | 04/10/2024 19:57:01

O Fórum de Ideias especial sobre Responsabilidade Profissional reuniu, na noite da quinta-feira, 03/10, mais de 3.200 participantes, entre cooperados, médicos e estudantes de medicina. O evento foi realizado de forma híbrida e contou com o apoio do Conselho Regional de Medicina (CRM-MG), Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) e da Sociedade de Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais.

Frederico Peret, Jordani Campos, Eneyde Gontijo, Ricardo Hernane, Fábio Guerra e Thiago Muzzi

Em seu discurso de abertura, o diretor-presidente da Unimed-BH, Frederico Peret, destacou que essa temática é fundamental para a prática médica atual.

"A responsabilidade médica vai além do simples cumprimento das normas legais; ela é um compromisso com a integridade, a transparência e o respeito. E essa conduta protege não apenas o paciente, mas também resguarda todos nós, médicos, contribuindo para um sistema de saúde seguro e confiável".

 

 

 

 

 

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), Ricardo Hernane, reforçou a importância de se discutir o tema.

"Uma das principais capitulações que temos no Conselho em termos de procedimentos contra médicos são exatamente os relacionados à responsabilidade médica. O médico não pode se eximir de assumir o que faz. Todos nós temos o direito de escolha, mesmo quando somos constrangidos. A decisão de se submeter ou não é nossa. Todos os atos são escolhas nossas, e todos eles têm consequências.
Aqui em Minas, estamos gradualmente construindo uma ordem dos médicos. Os conselhos, sindicatos e associações trabalham em consonância, sempre buscando o melhor para a boa prática médica e, consequentemente, a defesa do bom profissional."

 

 

Fábio Augusto de Castro Guerra, presidente da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), ressaltou a valiosa oportunidade de tratar esse tema em um fórum aberto a toda a classe médica.

"É muito gratificante que as entidades representativas da classe médica se unam mais uma vez em prol de uma causa tão importante. Essa responsabilidade deve estar presente em todas as atividades médicas, e todos devem ter consciência de sua importância, desde aqueles que estão começando na profissão até os mais experientes, pois cada ação tem um retorno significativo e impacta diretamente nos resultados da prática médica. Também precisamos lembrar que a responsabilidade no cuidado à saúde não é uma via de mão única. O paciente desempenha um papel fundamental nesse processo."

 

 

 

O diretor-presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed MG), Jordani Campos Machado, reforçou que a responsabilidade profissional vai muito além do saber técnico, estando intrinsecamente ligada à conduta ética, às interações com os colegas de trabalho e à confiança construída com os pacientes.

"Vivemos num mundo de grandes transformações na medicina, onde os avanços tecnológicos, o acesso à informação e as expectativas dos pacientes exigem sempre mais de nós, moldando uma nova dinâmica nas relações entre médicos, pacientes e a sociedade. Esse cenário nos impõe uma reflexão profunda sobre nossa atuação, o compromisso ético e as responsabilidades que assumimos a cada decisão, a cada atendimento."

 

 

 

 

 

Palestras

O Fórum de Ideias contou com as contribuições dos palestrantes Thiago Muzzi, advogado, que falou sobre como a conduta ética e legal não é apenas uma obrigação, mas um pilar fundamental da prática médica; e Eneyde Gontijo, médica cooperada da Unimed-BH e advogada, que explorou a dinâmica das relações na medicina e como essas interações impactam diretamente a eficácia dos tratamentos e a satisfação dos pacientes.

Thiago Muzzi falou sobre o "fenômeno da judicialização da medicina" e trouxe números que mostram que em 2023, o Brasil registrou cerca de 25.000 novos processos que tratam da responsabilidade legal por conduta médica, intitulados no sistema dos tribunais pelos assuntos “erro médico” e “danos materiais ou morais decorrentes de prestação de serviços de saúde”. Uma alta de 35% se comparada aos processos registrados em 2020, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. Entre 2020 e 2023, o total de ações da temática foi de 91.000 novas ações. Além disso, 70% dos processos são do setor privado.

Ele ainda destacou os deveres do médico, os aspectos legais, os tipos de responsabilidade - subjetiva ou objetiva -, os modelos de contrato, a responsabilidade profissional do médico que atua na esfera privada e, por fim, reforçou as regras de ouro:

- Garanta que seu paciente tenha acesso à adequada informação.

- Seja cauteloso no preenchimento do prontuário médico.

- Sempre obtenha o consentimento informado.

- Seja próximo do seu paciente.

- Não faça promessas.

- Mantenha-se atualizado sobre condutas, normas e legislação.

A colega Eneyde Gontijo abordou a relação médico-paciente guiada pelo tripé respeito, confiança e transparência; a comunicação eficaz; as relações na equipe de saúde; e o impacto das relações nas decisões clínicas. "É preciso cultuar a relação médico-paciente. O paciente te julga menos pelo que você sabe e mais pela maneira como ele é tratado. E a melhor forma de colocar o paciente em um patamar de confiança é acolhê-lo adequadamente; ele quer ser chamado pelo nome, ser cumprimentado com cordialidade e quer que você tenha interesse na causa que o levou até você."

Ela também destacou que o relacionamento entre os membros de uma equipe e entre membros de diversas equipes deve ser pautado no respeito e cooperação mútuos. “Precisamos evitar a espiralização dos conflitos. Em especial, nesses ambientes onde há muitas possibilidades de sintonia de interesses”. 

 

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