Unimed-BH Online

Uma vida dedicada ao cuidado

Written by Editor Boletim dos Cooperados | 19/09/2024 19:57:03

"Nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas". O trecho do poema de Cora Coralina representa bem as lembranças deixadas pelo médico Marcelo José Magalhães. Um dos fundadores da Unimed-BH, o médico cooperado nos deixou em agosto deste ano. 

Em entrevista à Unimed-BH no ano de 2014, ele contou sobre a sua trajetória e o amor pela medicina. A "paixão pelo cuidado" surgiu muito cedo na vida do Marcelo com os referenciais de tio e padrinho médicos. Ainda criança, o garoto costumava acompanhá-los nas consultas domiciliares. "Eles eram cardiologistas e naquela época os exames eram realizados nas casas dos pacientes. Então eu os acompanhava, carregava os equipamentos, ligava na tomada e tudo aquilo me encantava muito. E eu sempre falava: um dia serei médico".

Formado em 1958 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ele optou por se especializar em Ortopedia e Traumatologia anos mais tarde. "Durante o curso passei por diversas experiências e cheguei a trabalhar como neurocirurgião com o José Gilberto Alves de Souza, o Zé Gilberto, na Santa Casa. E nessa instituição recebi o convite do professor Marcílio Soares, ortopedista com quem eu fiz meus primeiros dois anos de residência, para auxiliá-lo nas cirurgias. Com o professor José Henrique da Matta Machado fui trabalhar no Hospital da Baleia e daí não parei mais", contou. "A minha residência foi um período muito fértil. O Hospital da Baleia sempre foi uma referência na Ortopedia e lá participei de muitos trabalhos científicos, publicamos pesquisas e desenvolvemos trabalhos em várias áreas da Ortopedia Infantil", acrescentou.

Foram mais de 60 anos dedicados à profissão e, nessa entrevista, Marcelo Magalhães também contou sobre a sua atuação como um dos fundadores da Unimed-BH. “A Mediminas/Unimed foi fundada praticamente ao lado do meu consultório à época e eu tinha um relacionamento muito bom com os colegas Nilo Marciano, Zé Gilberto e Francisco Neves, também fundadores. E a ideia me cativou desde o primeiro momento que conheci. A primeira assembleia foi muito concorrida e os pensamentos eram muito diferentes, pois alguns não conheciam ou não entendiam a mensagem do cooperativismo. Então, as primeiras convenções eram muito de formação ou quase de doutrinação para que todos entendessem que, no cooperativismo, um homem é igual a um voto e todos têm o mesmo peso numa assembleia, independentemente de ser fundador ou o colega ter entrado na cooperativa no ano anterior".

Marcelo se orgulhava das contribuições feitas à Unimed-BH. "Sempre fui muito engajado, não só contribuindo com o meu trabalho médico, mas fazendo parte dos Conselhos Fiscal e de Administração, participando das assembleias, das votações. A Cooperativa sempre foi ascendente e foram muitas as conquistas".

E todo esse comprometimento foi reconhecido não só pelos colegas de trabalho e amigos, mas também pelos pacientes. “No velório do papai sentimos e percebemos uma unanimidade entre todos que o conheceram e conviveram com ele ao ressaltarem as suas qualidades: competência profissional, leveza, cuidado com o outro, gentileza, bondade, bom humor. Percebemos que ele tocou as pessoas com as quais conviveu e isso aqueceu nossos corações e nos encheu ainda mais de orgulho”, contou sua filha, Márcia Hermeto.

Marcelo Magalhães ao lado dos colegas cooperados no último Encontro de Fundadores realizado em 2023. 

 

Márcia Hermeto e seu pai, o fundador Marcelo Magalhães.

 

HOMENAGEM DE MÁRCIA AO PAI

Papai era um ser humano MARAVILHOSO!
Adjetivos não faltam para descrevê-lo: integridade, generosidade, honradez, bondade, gentileza, bom humor, carinho, competência e ... infinitas qualidades.
 
Mas uma coisa ele presava e repetia sempre – o amor da sua família. 
 
Nós temos certeza de que isso é um reflexo do que ele e a mamãe construíram ao longo dos anos. O amor deles era lindo de ver e foram inúmeros os exemplos ao longo da vida.

Mas, queríamos ressaltar uma qualidade importante que aprendemos com papai - a RESILIÊNCIA. A capacidade de enfrentar as turbulências e dificuldades sem desmoronar, sem murmurar. Ele nunca reclamou de coisa alguma.
Todas as provas e provações pelas quais tenha passado foram enfrentadas com coragem, força, sem perder alegria de viver e o bom humor. O maior exemplo foi o cuidado e carinho dispensados à mamãe durante muitos anos.

Para nós filhos e netos ele também era assim. Sempre quando íamos visitá-lo, chegávamos saudando:
“Ei pai, tudo bem? E ele sempre respondia: “melhor agora que vocês chegaram”. E nós sentíamos que era verdadeiro ao dizer isso.
Na hora que íamos embora para casa, ele sempre repetia: “se precisarem de mim, estou aqui viu?”
Quanto orgulho temos desses dois. Que legado maravilhoso!!!
Devemos agradecer e honrar.
 
Obrigado por todas as lições passadas até o último suspiro de sua vida.
Obrigado por lutar para ficar mais tempo com a família e mostrar o quanto a nossa é especial.
Obrigado por nos dar oportunidade de nos despedirmos.
Obrigado por tudo e por tanto.
 
É Dr. Marcelo, você era do bem e representou “O BEM” para nós e para aqueles que tiveram o privilégio de conviver com você.
 
Percebemos que papai TOCOU as pessoas com as quais conviveu.
Isso aqueceu nossos corações e nos encheu ainda mais de orgulho desse paizão, vôzão, maridão, sogrão, amigão.
 
Assim, escolhemos colocar no santinho um poema de Cora Coralina que diz exatamente
“que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”.
Papai, você fez isso com maestria!
Que esse poema inspire e os faça se lembrarem do papai.
Afinal: “que a vida não seja nem curta, nem longa demais,
Mas que seja intensa, verdadeira, pura...
Enquanto durar”
 
Valeu Dr. Marcelo!!! Amor imenso! Gratidão eterna!