O terceiro e último painel do Encontro de Cooperados 2024 trouxe as pessoas para o centro do debate. Os convidados Chico Bosco, escritor e apresentador, o Rony Meisler, fundador da marca de varejo Reserva, e Jonathan Mendes, diretor da Associação Junior Achievement Minas Gerais, fizeram uma reflexão sobre como as tendências comportamentais e tecnológicas estão profundamente conectadas ao comportamento humano e à busca por um futuro mais sustentável.
Rony Meisler contou a história da empresa desde a primeira peça produzida ao faturamento atual de R$ 1,6 bilhão e como práticas de valorização das equipes se tornaram diferenciais competitivos para a empresa. Licença paternidade ampliada, um programa que premia colaboradores pelo trabalho fora de seu escopo padrão, a contratação proativa de pessoas com mais de 70 anos e a ação social corporativa para minimizar problemas sociais foram alguns dos exemplos trazidos pelo empresário.
“No mundo dos negócios, está todo mundo em busca do propósito, como se ele pudesse ser inventado. Mas propósito emerge da prática dos valores da empresa. Na Reserva, somente 10 anos após a fundação conseguimos colocar em palavras: cuidar, emocionar e surpreender as pessoas todos os dias. Praticando de maneira disciplinada os nossos valores, percebemos que se você não trabalha cuidando das pessoas no mais alto nível possível, você não terá os melhores resultados”, ressaltou o empresário.
Debate público
Saindo do ambiente de negócios, o filósofo Chico Bosco apresentou aos participantes um cenário atual do debate público, sob a forte influência das redes sociais. “A sociedade está submetida a uma espécie de força que esvazia a capacidade de compreensão da diferença, de produção de consensos e daquilo que seria uma espécie de espaço de centro, tanto no debate social, quando político partidário”, afirmou.
Chico explica que a estruturação das redes e de seus algoritmos, que tende a privilegiar a formação de bolhas, ou a lógica de grupo, acentua esse movimento. Logo, o debate público, hoje centrado nas redes, deixa de ser um lugar de trocas de experiências, de conhecimentos, argumentos, dados e interpretações da realidade, em que as pessoas entram com a premissa de um possível “mudar de ideia”, e se torna um lugar apenas para defesa de pontos de vista já estabelecidos e ataque aos chamados adversários.
“Isso vem corroendo as bases do convívio social, da aceitação da diferença e da produção de consensos, inclusive em agendas que deveriam, por lógica, ser consensuais, como, por exemplo, as mudanças climáticas. Nosso dever, então, é aumentar a consciência social sobre essa dificuldade que estamos tendo na escuta da diferença e como isso é ruim para todos os lados”, defende Chico.
Aposta na juventude
O fechamento do painel ficou a cargo de Jonathan Mendes, diretor da Junior Achievement Minas Gerais, uma organização sem fins lucrativos que prepara e inspira jovens para o sucesso profissional, por meio de programas educacionais sobre empreendedorismo, educação financeira e mercado de trabalho.
A Junior Achievement é parceira do Instituto Unimed-BH no Programa Jovens Profissionais, que promove a qualificação de jovens, tanto do ponto de vista técnico quando comportamental, e proporciona um dos primeiros contatos com o mercado de trabalho formal, por meio do apoio e do voluntariado corporativo.
“Se as transformações, mudanças e aproveitamento das oportunidades, que vimos discutidas aqui hoje, serão realizadas pelas próximas gerações, é impossível pensar oportunidade inovação, capacitação como distribuir melhor tudo que ocorre no mundo sem olhar para na juventude, em especial, os que enfrentam os maiores desafios em suas comunidades”, lembrou.
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