Cooperativismo: uma estratégia sustentável para o futuro

No dia 5 de julho, celebramos o Dia Internacional do Cooperativismo — uma data que, em 2025, ganha ainda mais significado com a declaração da ONU que institui o Ano Internacional das Cooperativas. Mais do que uma homenagem, trata-se de um chamado à ação. Em um mundo em busca de modelos mais sustentáveis, humanos e resilientes, o cooperativismo é uma resposta concreta aos principais desafios do nosso tempo.  

No atual contexto econômico marcado pela desigualdade, concentração de riqueza e fragilidade das relações sociais, o cooperativismo resgata o que há de mais essencial: o pertencimento, o propósito e a corresponsabilidade. Ele conecta pessoas e territórios, gera oportunidades e contribui ativamente para o desenvolvimento de uma sociedade mais forte, inclusiva e próspera. 

Os números refletem essa força. Hoje, 1 bilhão de pessoas em todo o mundo fazem parte de cooperativas. Juntas, essas organizações geram cerca de 280 milhões de empregos e movimentam economias inteiras com base em princípios sólidos como ajuda mútua, solidariedade, democracia e equidade. Só as 300 maiores cooperativas do planeta formariam, se fossem um país, a 8ª maior economia global.  

No Brasil, são mais de 20 milhões de cooperados em oito ramos de atuação. O cooperativismo integra o campo às cidades, conecta crédito à produção, aproxima saúde e cidadania — sempre adaptando-se às realidades locais, com uma visão orientada pela colaboração e pelo desenvolvimento sustentável. Minas Gerais concentra uma das maiores forças cooperativistas do país com 3,7 milhões de cooperados e 800 cooperativas, que representam uma movimentação anual de R$ 157,8 bilhões, o correspondente a quase 15% do PIB do Estado. Na área da saúde, o impacto em Minas é expressivo: 123 cooperativas, com mais de 57 mil médicos cooperados, 17 mil empregos gerados e milhões de atendimentos realizados todos os anos.  

A Unimed-BH é um dos maiores exemplos da relevância desse modelo. Com 5.200 médicos cooperados e 1,56 milhão de clientes, a cooperativa vai além da assistência à saúde, consolidando o trabalho médico como motor de transformação social. Em 2024, por exemplo, mais de 3 milhões de pessoas foram impactadas por projetos socioculturais do Instituto Unimed-BH em iniciativas nas áreas de cultura, educação e inclusão. Uma atuação profundamente conectada ao 7º princípio do cooperativismo — o “Interesse pela Comunidade”.  

O cooperativismo é, portanto, um caminho que une crescimento econômico e compromisso social, inovação e humanização, resultado e legado. Em tempos de mudanças profundas e incertezas crescentes, o modelo cooperativista oferece aquilo que o mundo mais precisa: estabilidade com propósito, progresso com equidade, desenvolvimento com responsabilidade. São esses os princípios que nos guiam todos os dias, cooperando para transformar. Porque o futuro é coletivo. 

Artigo escrito por Frederico Peret, diretor-presidente da Unimed-BH .