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Unimed-BH-On-line nº614

Aumento de casos de febre amarela acende alerta no Brasil

A febre amarela representa um risco para a saúde pública na Região das Américas. Em 2024, foram confirmados 61 casos em humanos, com 30 óbitos. No início de 2025, já foram registrados 17 novos casos e 7 óbitos, com transmissão ativa no Brasil, Colômbia e Peru. A disseminação do vírus avança para áreas anteriormente não endêmicas, como o Estado de São Paulo e o Departamento de Tolima, na Colômbia. 

As epizootias (morte de primatas não humanos) são um alerta precoce para a circulação do vírus da febre amarela. Em 2024, foram registradas 1.731 mortes de primatas não humanos nas Américas, com 22 confirmações laboratoriais, principalmente em Minas Gerais e São Paulo. No início de 2025, 30 epizootias foram notificadas, 16 confirmadas para o vírus, destacando a importância da vigilância epidemiológica e da ampliação da vacinação em áreas de risco. 

Diante desse cenário, é fundamental atenção à identificação precoce de casos, além de reforço com as medidas de prevenção e condutas clínicas adequadas.

 febre amarela

Reconhecimento e Diagnóstico 

A febre amarela deve ser considerada no diagnóstico diferencial de pacientes com febre aguda, especialmente aqueles com histórico de exposição em áreas de risco. Os principais sinais e sintomas incluem: 

  • Febre alta de início súbito 
  • Mialgia intensa 
  • Cefaleia 
  • Náuseas e vômitos 
  • Fadiga 

Nas formas graves, a doença pode evoluir com icterícia, insuficiência hepática e renal, manifestações hemorrágicas (epistaxe, gengivorragia, hematêmese, melena) e encefalopatia hepática. 

Critérios Laboratoriais 

O diagnóstico laboratorial pode ser feito por: 

  • RT-PCR: indicado na fase aguda (até o 5º dia de sintomas) 
  • Sorologia (IgM/IgG): útil após o 5º dia, considerando possíveis reações cruzadas com outros flavivírus 
  • Histopatologia hepática: em casos fatais 


Conduta e Manejo Clínico 

O manejo depende da gravidade da apresentação: 
 

  • Casos leves (Fase de infecção - Grupo A): Suporte sintomático com hidratação oral e controle da febre (dipirona ou paracetamol – evitar AINEs). Monitoramento para sinais de agravamento. 
  •  Casos moderados (Fase de remissão - Grupo B): Necessidade de hospitalização, suporte volêmico e monitoramento rigoroso dos parâmetros hepáticos e renais. 
  •  Casos graves (Fase toxêmica - Grupo C): Encaminhamento para UTI, suporte intensivo, monitoramento contínuo de instabilidade hemodinâmica e possíveis complicações hemorrágicas. 

Importante: A febre amarela é uma doença de notificação compulsória imediata.  


Prevenção e Imunização 

A vacinação é a principal estratégia de prevenção e deve ser reforçada tanto para a população geral quanto para profissionais de saúde e viajantes.  

Recomenda-se: 

  • Reforçar a importância da vacinação conforme o Programa Nacional de Imunização (PNI), com uma dose aos 9 meses e o reforço aos 4 anos.  
  • A partir de 4 anos, todos os pacientes não vacinados para febre amarela devem ser vacinados;  
  •  Acima de 60 anos, deve-se fazer uma avaliação.  

Prevenção para viajantes: A imunização de viajantes para regiões endêmicas deve ocorrer pelo menos 10 dias antes da viagem. Alguns países que requerem a vacinação e exigem o certificado internacional de vacinação são África do Sul, Austrália, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Indonésia e Tailândia. A lista completa dos países pode ser acessada no site do governo brasileiro.  
 

Fique por dentro!

A febre amarela é uma emergência de saúde pública, exigindo vigilância ativa e manejo adequado dos casos. A notificação precoce, vacinação e estratificação do atendimento são fundamentais para a contenção da doença e redução da mortalidade. 

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Alerta Epidemiológico - 2025 




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