"Cuidar de si é o primeiro passo: a atividade física entrou na rotina"
Thiago Franco Albino e a corrida como ponto de virada para o autocuidado médico
Médico geriatra e maratonista, o médico Thiago Franco Albino encontrou na atividade física não apenas um hobby, mas uma forma de reencontrar coerência entre o que dizia aos pacientes e o que vivia. Apesar de sempre ter gostado de se exercitar, a chegada do filho e a rotina intensa da carreira médica o afastaram da prática. O resultado: sobrepeso, sedentarismo e um incômodo crescente com o próprio discurso.
"Sempre falei para os meus pacientes sobre a importância da atividade física. Dizia que ela ajuda na neuroplasticidade, reduz riscos cardiovasculares, colesterol, diabetes e é coadjuvante no tratamento da depressão. Mas eu mesmo estava sedentário. Era um discurso vazio. Falava sobre saúde, mas não praticava."
A virada veio durante umas férias, quando decidiu começar a correr.
Estava com sobrepeso, sem preparo físico, há dois anos sem fazer nenhuma atividade. Comecei correndo 5 km, depois 10 km. Um dia, empolgado, corri 21 km, completamente despreparado. Mas aquilo me deu um estalo: se eu consegui isso, posso ir além. Então, lancei o desafio de correr uma maratona.
A atividade física virou rotina e hoje ele acorda às 4h30 da manhã para treinar. São de 12 a 14 horas por semana entre corrida, natação e bicicleta. “Parece uma loucura você acordar mais cedo do que o habitual para fazer uma atividade física para ir para o serviço trabalhar. Mas incrível como isso dá um bem-estar enorme."
“Hoje cuido do meu corpo como meu maior presente. Essa mudança não foi só física. Foi mental e emocional. A atividade física virou uma válvula de escape.”

Mais do que disposição física, a prática trouxe impacto direto na relação com os pacientes.
“A atividade física não mudou minha essência como médico, mas mudou minha empolgação ao falar sobre saúde. Essa motivação fica tão grande que você começa a falar com os pacientes de forma muito mais empolgada. Hoje posso falar: você consegue sim. Olha a minha rotina. Eu cheguei aqui 7h30 da manhã, mas já consegui correr. Dá seu jeito, cria disciplina."
Thiago deixa um recado aos colegas:
“Temos uma rotina muito puxada, cheia de compromissos e acabamos postergando o cuidado com a própria saúde. Pensamos: Quando eu sair dos plantões, quando meu filho se formar, quando os compromissos financeiros diminuírem, aí eu começo a me cuidar. E assim vamos adiando, achando que isso não trará repercussões. Com o tempo, nem sabemos mais o que veio primeiro — se foi a falta de tempo ou os problemas de saúde. No fim das contas, perdemos a percepção da necessidade de cuidar de nós mesmos no presente. Sair dessa inércia e conciliar o autocuidado com o cotidiano é o maior desafio.”
“A grande lição dessa jornada é que, sem saúde, não conseguimos fazer absolutamente nada. Nenhuma pessoa é insubstituível — a não ser para si mesma. Se você não cuidar de você, ninguém fará isso por você. Você é o agente ativo do seu envelhecimento. Como geriatra, posso afirmar: sair do sedentarismo é colocar as chances ao nosso favor para envelhecer com saúde.”

"Somos todos absolutamente iguais. O que nos difere são as oportunidades da vida e os valores que cada um recebe. A sociedade mudou, as pessoas mudaram. O que não fere a integridade do outro, diz respeito somente a nós mesmos".

Infelizmente, para Érika, o preconceito vivido no início da faculdade de Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ainda pode ser observado atualmente.
“Não foi fácil entrar numa universidade pública e fazer um curso tão elitizado. O ciclo básico da medicina foi um grande desafio. Mas, enquanto profissional, nunca senti preconceito em relação a minha parte técnica. O que vejo, e não é pouco na área médica, são piadinhas machistas, desrespeitosas. Ou manifestações racistas, homofóbicas, capacitistas, muitas vezes, veladas”.
Ela reforça, o papel do médico como formador de opinião.
“O respeito à pessoa humana deve ser um só. Respeito é respeito. E somente com informação, com a comunicação para o colega médico, para o paciente, é que podemos mudar essa realidade”.
"Somos todos absolutamente iguais. O que nos difere são as oportunidades da vida e os valores que cada um recebe. O que não fere a integralidade do outro, diz respeito somente a nós mesmos".
Saiba mais
ORIENTAÇÃO SEXUAL
É a atração emocional, afetiva e/ou sexual que uma pessoa sente em relação à outra. Existem três tipos majoritários de orientação sexual:
- Heterossexual- Pessoa que se sente atraída afetiva e/ou sexualmente por pessoas do sexo/gênero oposto.
- Homossexual- Pessoa que se sente atraída afetiva e/ou sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero.
- Bissexual - Pessoa que se sente atraída afetiva e/ou sexualmente por pessoas de ambos os sexos/gêneros.
ATENÇÃO
Não se utiliza a expressão "opção sexual" por não se tratar de uma escolha. Por isso, o correto é dizer "orientação sexual".
Também não se utiliza a expressão "homossexualismo", pois, neste caso, o sufixo "ismo' denota doença.
A homossexualidade não é considerada como patologia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1990, quando modificou a Classificação Internacional de Doenças - CID, declarando que a "homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão".


Você sabe o que significa a sigla LGBTQIA+?


Canais de acolhimento
Qualquer tipo de preconceito é uma infração ética grave.
Dessa forma, existem canais de acolhimento e denúncia para as diversas situações.
Quando o médico for vítima de preconceito e discriminação procure acolhimento no departamento jurídico do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais pelo telefone 99302-0106.
Quando o médico for o agente da situação de preconceito ou discriminação, o acolhimento deve ser realizado no Conselho Regional de Medicina. (www.crmmg.org.br)
Se você for médico cooperado da Unimed-BH, acione também o Canal Confidencial. (canalconfidencial.com.br/unimedbh)


